Confesso que já era moça quando o conheci, de vista claro, e fiquei com um baita medo. Imagine um homão daquele correndo atrás de mim, me xingando e jogando pedras? Eu seria capaz de morrer na praça. Sim, ele sempre ficava na praça Barão ou N.Sra.da Conceição.
Andava tranquila e de repente os moleques correndo:
- Ô Pelotão! Ô Pelotão!
E ele atrás com aquele chapéu de palha, olhos esbugalhados, xingando muito os moleques, com as mãos cheias de pedras pra tacar neles.
Ah, eu corria também e me escondia. Eu e minhas amigas. Já trabalhava ali na ACIF, meus 15 anos! Saudades! Lá pelos anos 80... Virgi, tô véia....
Sempre quando saíamos no horário do almoço pra dar voltas na praça a primeira coisa que procurávamos era o Pelotão. Se ele estivesse lá, voltavamos todas, rindo até dobrar a barriga.
Que coisa, por que não o deixavam em paz? Por que esses moleques não somem daqui? Eu ficava indignada.
Mas conta a lenda que se ninguém mexesse com ele, não dormia à noite. Pode isso?
Coitado, queria só atenção!
A praça está mais florida, com alguns retoques, umas pinturas, o mesmo relógio do sol, mais bonita. Mas falta a lenda Pelotão pra animar os moleques que vez ou outra aparecem ali.
Ah, eles iam adorar... E eu ia continuar morrendo de medo... Sei lá se o Pelotao ia encafifar comigo... Eu heim.
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Placa fixada ao lado da Casa do Artesanato em Franca, na Praça Barão. |
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