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O diretor da Empresa São José, responsável pelo transporte público de Franca, Belarmino Marta Júnior, está preso desde a sexta-feira passada. Ele é acusado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Campinas de fazer parte de um esquema de formação de cartel para fraudes em licitações e crime contra a economia no transporte de ônibus por fretamento naquela região. O advogado do empresário negou as acusações e esperava que o clien-te fosse solto à meia-noite desta quarta-feira.
Segundo nota divulgada pelo Ministério Público de São Paulo, as investigações começaram há nove meses, após a denúncia de um empresário que não conseguia explorar linhas de transportes de servidores dentro da Unicamp (Universidade de Campinas). Ele teria sido ameaçado por donos de outras empresas.
De acordo com a promotoria, o grupo era formado por empresários que combinavam preços entre si e fraudavam licitações, acertando entre eles as propostas e quais empresas venceriam os certames. O esquema estaria centralizado no Sindicato das Empresas de Fretamento de Campinas.
Além de Belarmino, foram presos Miguel Moreira Júnior, sócio da empresa Transmimo; Ariovaldo Marta Maçaira, sócio da Capelini Turismo; José Brigeiro Junior, dono da Exclusiva; Marcelo Pereira da Fonseca, funcionário da Exclusiva; Cassia Eliana Turini, funcionária da Transmimo; Rosa Maria Julio Landin, assessora da diretoria do Sindicato das Empresas de Fretamento de Campinas; e Fernando Antonio Rossi, funcionário da Capelini.
Com os integrantes do grupo, foram apreendidos computadores, documentos, R$ 386,4 mil em dinheiro, US$ 31,2 mil e 6 mil euros, localizados em residências e empresas.
DEPOIMENTOS
Na manhã de ontem, Belarmino Marta Júnior foi ouvido pelo MP de Campinas e negou todas as acusações. Em duas horas de interrogatório, ele disse desconhecer o esquema denunciado e, segundo a promotoria, admitiu que deixou de participar de algumas licitações por conta de laços familiares com os diretores de outras empresas e parcerias comerciais.
Além do diretor da São José, outros cinco presos também foram ouvidos. Os interrogatórios se estenderam até o fim da noite de terça-feira. Durante todo o dia, o Comércio da Franca tentou contato com seu advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, que, por estar acompanhando os depoimentos, atendeu a ligação apenas no final da noite. Ele disse que esperava que seu cliente deixasse a prisão à meia-noite de hoje.
O prazo da prisão temporária decretada pela Justiça de Campinas venceu no fim da noite de ontem. A previsão era de que os acusados fossem soltos porque, segundo o advogado, a Promotoria não iria pedir a prorrogação das prisões. Os promotores do caso foram procurados, mas não encontrados pela reportagem.
05/10/2011
Fonte: GCN
