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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Redes Sociais e Violência na escola


Geliane Gonzaga



O Brasil te m hoje um universo de 49 milhões de crianças e adolescente, isso equivale a 36% da população brasileira. Segundo o ECA que regulamenta a questão, entende-se por crianças as pessoas com até 12 anos incompletos e adolescente os indivíduos com até 18 anos incompletos. Presente em todas as partes do mundo, a violência tem maior incidência nas áreas urbanas, presente em toda sua extensão, e não só no ambiente escolar. A desigualdade está diretamente relacionado com a violência , e num país como o Brasil, com suas políticas neoliberais excludentes, somos colocados na vergonhosa posição de destaque em desigualdade social, dando condições a uma violência cada vez mais presente em nossa sociedade. A sociedade de consumo transforma o indivíduo em um consumidor, e não em um cidadão na construção de uma sociedade justa e democrática, e quando a desigualdade exclui o indivíduo de seu espaço de consumo, esse se volta para a violência como consequencia da exclusão. Vale lembrar que tal fenômeno não é privilégio da escola, mas ultimamente essa realidade vem transpondo o murro da escola e adentrando nas fileiras escolares. A violência não é só a agressão física , mas é necessária que seja entendida como uma situação em que um indivíduo busca aniquilar ou destruir o outro também em seus aspéctos físicos e pisicológico. Não podemos banalizar esses modos de violência não físico que também abala o ambiente de aprendizagem e talvez seja o modelo de violência mais difícil de ser combatido por ser menos “agressivo”, chamar menos atenção, mas nem por isso menos danoso a vítima como a todo ambiente escolar. Os professores e gestores em muitos casos também contribuem com a violência dentro da escola. Quando não há respeito e consideração entre a comunidade escolar (Professores e gestores) com as demandas dos alunos,quando não há a construção de um espaço democrático e há a substituição da autoridade pelo autoritarismo, há tensão no ambiente escolar que muitas vezes acaba por gerar depredações no espaço escolar, tanto físico como dos equipamentos escolares. O ideal democrático é o ideal moderno, e isso deve ser levado para dentro da escola. Deve-se sempre buscar o entendimento ao invés do enfrentamento afim de todos se sentirem parte da escola e zelar pela sua reputação, e que todos sintam-se parte de um todo, alunos, professores e gestores.
A mídia tem uma gigantesca influência na violência escolar a medida que os alunos absorvem em todo tipo de mídia a violência como algo corriqueiro e normal em todos os espaços institucionais. É a notícia de corrupção na administração pública; é a polícia que adentra em uma favela de forma violenta e muitas vezes executa inocentes pobres e por ai vai. O apelo midiático pelo consumo exagerado a objetos que em muitas vezes é inalcançavel ao aluno naquele momento da vida acaba por propiciar pequenos furtos quando não ao aliciamento de menores pelo tráfico da região. A exclusão e suas mazelas criadoras de violência em muitas vezes acaba fazendo com que a escola “pague o pato” do desajuste familiar e da política consumista presente na sociedade atual
A sociedade não pode ficar calada diante da escalada da violência escolar. É necessário uma real valorização dos trabalhadores em educação ,as políticas públicas dentro e fora da escola deve ser implantada com seriedade e principalmente a adaptação das atividades escolares ao interesse do aluno. É necessário criar medidas como recreio dirigido, atividades no momento de recreio e levar a uma nova ótica voltada a prevenção e a participação dos educando dentro da escola,é preciso fazer o aluno sentir-se valorizado, respeitado e principalmente com autoestima elevada afim de sentir-se parte realmente da escola. Não podemos ignorar as novas tecnologias, e nesse aspécto as redes sociais pode levar a participação escolar e a necessidade de prevenção alem dos muros da escola. As responsabilidades passam a não mais ser somente da escola e sim de toda a comunidade vizinha, desta forma, o aluno passa a fazer parte de uma coisa maior, afinal, todos a sua volta , no supermecado , na padaria e demais estabelecimentos vizinhos a escola estariam integrados no mesmo objetivo de prevenção. Infelizmente, as redes sociais hoje em dia são utilizadas para divulgar a própria violência escolar. Não é raro encontrarmos casos de vídeos postados na rede de brigas , de atitudes sexuais levianas e até mesmo de vandalismo na escola. Esses vídeos, notícias, acabam tomando grande repercussão, inclusive na mídia, e devemos aproveitar esse espaço para combater a violência escolar. Esse espaço digital pode ser usado para a mobilização da população em torno da escola e para problemas da comunidade. Se a escola, é um ambiente de conhecimento devemos dar um amplo sentido a ela, debatendo com a comunidade e respaldando-a de conhecimento sobre seus direitos como cidadão,contribuindo desta forma para uma efetiva cobrança de direitos dos cidadãos, maior conhecimento de classe e a luta pelo fim da desigualdade. Porque não usar blogs, sites, redes sociais como espaço para as demandas sociais com respaldo educacional. O aluno passaria a ver na escola uma parceira e ferramenta real na sua mudança de vida, e com certeza, a violencia o ambiente escolar teria seus dias contados e a escola contribuiria para a criação de cidadãos e não apenas em indivíduos voltados apenas ao individualismo. A escola deve colaborar para uma sociedade melhor , e para isso, nada melhor que ser um ponto de luz e esperança na atual conjuntura de violência e desinformação impregnada em parte da sociedade.

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