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sábado, 23 de abril de 2011

Por uma nova dieta educacional!

A especificidade da profissão docente é que sua função é ensinar, e por muito tempo acreditamos que seria possível ensinar a ensinar, mas só ensinamos quando aprendemos.

Formar professores dever do estado! Agora como é que este estado pseudo-democrático excessivamente tucanático-lunático, que acha que já sabe de tudo, pode ensinar a ensinar se o que ele menos se dispõe é a aprender? Quem são os professores do Brasil? Porque são professores? A quem eles ensinam? Quais são as dificuldades que enfrentam?


A incapacidade de aprender é percebida quando o processo de tomada de decisão opta pelo fast-food político.

Os professores ganham mal. Isso é uma verdade. O que faremos então?


Resposta fast-food: Bônus por resultados do Estado de São Paulo.


Pra que discutir quando podemos implantar o que há de mais moderno neste novo modelo de Estado gerencial? Espera-se que o professor responda a um estímulo financeiro, monetário, e assim podemos culpá-lo pela falência da educação. Se o índice não melhora, não ganha. Paulo Freire afirma (e eu acredito), “ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo”, sendo assim quem ganha mais intervém melhor no mundo? Não, eu acho que não.


Fruto de uma formação universitária deficiente, alguns professores têm dificuldades em determinados conteúdos nas matérias que lecionam. Outra verdade bastante delicada de lidar, como se isso só acontecesse com professores. Vamos ajudá-los?


Resposta fast-food: Como se ouve nos corredores das escolas, os famosos “caderninhos”, e tem pra todo mundo, professor e aluno. Vamos pasteurizar o processo e viva a homogeneização! O professor não sabe? Damos o passo-a-passo. Respeito pra quê? Eles precisam é de um manual, não é mesmo? Não, eu acho que não.


O professor precisa de um braço, um apoio, um sentimento de que vale a pena ensinar, de que vale a pena ser professor, de uma política que o considere ator e não espectador. A dificuldade está, e pesa no bolso sim, mas pesa na dinâmica da sala de aula também, pesa no lidar com alunos aos quais ele muitas vezes não conhece e que estão ali esperando algo de alguém que tem que se doar a talvez outros 300 alunos que exigem ou mais ou da mesma forma. Porque são folgados? Não, porque são humanos, vindos de tantas realidades que se misturam em uma única sala de aula por no mínimo 50 minutos. Como é que se forma um profissional para intervir neste universo tão diverso e ao mesmo tempo tão fechado?


O estado não sabe, desconhece, ao menos se assumisse que ainda tem o que aprender, tornaria-se aluno e professor, vivenciaria esta relação de aprendizagem, dialogaria, enfim mudaria a dieta, porque fast-food engorda mas não alimenta.



Walquíria Tibúrcio

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