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terça-feira, 5 de abril de 2011

Prefeitura quer conscientizar a população para extinguir esmolas

As políticas públicas no Brasil são infalíveis, e é surpreendente a criatividade dos governantes de plantão.

Em dezembro de 2010 a Prefeitura de Franca demitiu 40 funcionários da assistência social, e até o momento não recontratou novos servidores para assumirem suas funções. Assim, os serviços prestados pela Assistência Social na cidade de Franca foram forçosamente prejudicados, pois não há servidores suficientes para o atendimento no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e no CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social).

Estes orgãos acompanham e orientam todas as pessoas e famílias vulneráveis socialmente, sendo a única resposta do município em médio prazo na área de assistência social, ou seja, não realizam apenas um atendimento imediatista.

No entanto, o município ironiza o bom senso e começa uma campanha para que os cidadãos francanos não deem esmola aos moradores de rua na cidade. A campanha "anti-esmola" engloba medidas como o envio dos moradores a um abrigo provisório - que fica em região com alta incidência de tráfico de drogas - ou um "convite" para voltar às suas cidades de origem, e assim milagrosamente resolverem o problema da mendicância.

Imagine se todas as cidades adotassem tal medida, fomentaríamos assim o lamentável turismo de miseráveis onde os municípios enviariam para diversas cidades do país os seus moradores de rua. Somente colocar um indivíduo em um ônibus, e despejá-lo em outra cidade não resolve em nada o problema social.

É praticamente impossível acreditar que o abrigo provisório com pouca estrutura, e poucos funcionários dará um tratamento adequado aos moradores de rua. Sendo deprimente a postura dos governantes que optam em esconder a miséria das ruas, ao invés de promover a reinserção social com qualidade e dignidade.

Rogério Machado Limonti

Walquíria Tiburcio

3 comentários:

  1. É digno de nota que o número de moradores de ruas apresentado também não confere. Estive participando de um grupo que distribui marmitas de madrugada e creio que haja cerca de 200 pessoas, ou até mais. É bem difícil aferir quantos são, até porque não cobrimos a cidade toda e a mobilidade é muito grande. Só na região do Brasilândia são cerca de 40, mais uns 30 Centro-Vila Nova, 30 na Vila São Sebastião, e por ai vai...
    A Prefeitura atenderá a todos!? "Ah ta, senta lá".
    Talita

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  2. A política não quer resolver o problema, quer transferi-lo de preferência para Plutão, pois longe dos olhos o problema "deixará" de existir. Toda esta miséria é um vergonha!

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  3. O problema da miséria não vai se resolver apenas enviando a pessoa a um abrigo público. Isso sem contar que vários deles preferem estar nas ruas ganhando o seu do que procurar uma vida digna. Nem tem um dia sequer que não batem à minha porta pedindo coisas. Se indico uma ajuda humanitária, fazem cara feia, viram as costas e se vão.

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