Mais um 7 de Setembro.
Virgi...
Como passa o tempo! Daqui a pouco é Natal, Ano Novo e começa tudo de novo.
Nesta data eu não deixo de me recordar da infância, onde era obrigatório cantar o Hino Nacional várias vezes ao ano, e principalmente no dia 7 de Setembro o Hino da Independência do Brasil. Alguém se lembra desse hino? Além de ficarmos ansiosos para podermos desfilar na avenida principal, todos lindos, todos ali, espinhas eretas, sérios (não podíamos rir de jeito nenhum - respeito).
Mas falou em ficar séria, pronto! Lá vai dona Clara (Clarice, na época) mostrar as covinhas na avenida.
Ficava só olhando o pessoal para ver se achava algum conhecido e dar tchauzinho escondido. E sempre achava.
Durante a semana toda, íamos todos ao pátio da escola, em fila indiana, os menores na frente e dona Clarice lá atrás, já era a maior da turma. Era um alívio, porque morria de vergonha... E se errasse a letra? Então está ótimo ficar no final, só com o cabeção aparecendo.
Eu só não entendia como as
chefonas escolhiam os alunos para hastearem a bandeira. Nunca fui escolhida. Sempre eram as pequenas - talvez pela graça de serem pequenas - e também loirinhas, engraçadinhas, lindinhas, magrinhas, de bochechas rosadas etc. Acho que desde sempre o preconceito com os demais, onde os lindinhos eram sempre os escolhidos. Tudo bem, não guardo mágoa.
Tinhamos que ficar
estátua o tempo todo, sem mexermos um músculo do corpo. Se acontecesse isso, lá vinha alguma
chefona ficar do nosso lado para nos vigiar.
Mas era bom, porque assim não tinha aula. Qual aluno nesse mundo não vibra quando não tem aula?
Pronto, cantado o Hino Nacional, todos arrumadinhos, íamos para a rua ao encontro do batalhão de outras escolas para o desfile. Geralmente chovia. Aliás sempre chove no dia 7 de Setembro, levando embora toda aquela arrumação dos cabelos, batom e perfume. Era o máximo que podíamos usar. Sem bijouterias e sem nada mais. Calça jeans, uniforme da escola, tênis branco e só.
Sabe que eu gostava? Me achava importante. Todos ali me olhando passar...
Naquele tempo aprendíamos muitas coisas pelo medo. Não podíamos ficar perguntando ou debatendo ou não concordando com o professor. Ele só perguntava se tínhamos dúvidas mas ninguém se atrevia a levantar a mão para perguntar. Eu muito menos. Tímida, sentava sempre nos cantos, bem escondida dos professores.
Pensando nos dias de hoje, mudou muito o sistema. O respeito acabou, pouquíssimos sabem cantar o Hino Nacional e o desfile não tem tanto significado para a cidade. Meus filhos desfilaram uma única vez, por causa de uma diretora ótima que tiveram e que organizava tudo com o maior carinho e todos tinham incentivo. Depois não mais.
Isto é um ponto a se pensar, não pelo desfile, mas o que estamos fazendo com nossa pátria amada, idolatrada salve, salve.
Falta o respeito, falta vergonha na cara de quem é eleito e principalmente falta vergonha na cara de quem vota pensando somente no bem próprio, ou só por votar por obrigação.
Nem vou entrar nesta discussão porque é cansativo demais, e na oportunidade certa, estarei eu com meus palpites sobre política. Não entendo muito, mas palpite eu dou sim.
Um bom feriado à todos!
Será que aproveitaram para viajar? Tomara que não chova, e que aproveitem o descanso, já que desfile não tem mais aquele glamour... Não é?